quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Que venha logo 2012

Esse ano começou com Firework da Katy Perry para mim, ainda não sei com que música ele vai terminar daqui dois dias e como vai começar 2012. Bem, independente é inegável que este foi o ano, mudou muita coisa na política, na economia e na minha errante vida. Os países mais ricos não estão mais ricos e não tem tanto poder assim. Eu, estou com um rosto novo, emprego público, muitas dívidas e um aumento salarial questionável no começo do ano. Agora estou em Florianópolis, cheguei ontem, tempo nublado e só permitiu ver o mar quando em altitudes mais baixas.

Depois de quatro anos conversando via internet, finalmente conhece o Mário e a Região Sul. Agora hoje, tem Sol e vamos sair para ver o mar. Ótimo, comprei uma Fujifilm com 18X de Zoom e um monte de recursozinhos que eu não sei usar. Preciso usar filtro solar e comprar um monte de coisas ainda para levar para a pova de GYN. Ainda bem que tenho mais 10 Kg de bagagem que posso levar para trás. 

Agora tem que decidir onde será a virada do ano, em lugar que custe a R$800,00 não dá e é lá que hight society que frequenta desterro vai passar. Bem, agora vou lá, pedir para o Sol me possuir. Um beijo. 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Ruffus é quem mais me abraçou em 2011

Terminei 2010 com um otimismo enorme, colei grau antecipadamente, tomei posse em um concurso público, comecei a conhecer muita gente, passei o Natal e o Ano Novo fazendo planos para 2011, olhando o cunhado da prima e assistindo X-Man Revolution no carro enquanto minhas tias dançavam bêbadas. Bem, o novo ano chegou, comecei otimista apesar de receoso, fui para uma escola na qual na prática eu aprendi com alunos não muito bondosos a ser professor, coisa que meus quatro anos de curso universitário em licenciatura não ensinaram. Me frustrei em 2011 com pequenas coisas e dadas as circunstâncias eu revi planos e pensando bem as mudanças durante o percusso foram a melhor escolha. 



Não gosto de dar aulas, então que eu não dê aula. Não gosto do meu salário, então que eu mude para algo que me pague melhor. Sem abandonar a sala de aula, pois ainda preciso de um emprego e com ele de uma renda, comecei a estudar para concursos públicos, aprendi muitas coisas, principalmente na área de direito. Mas isto é só o começo, preciso ir mais além. Também aprendi outras coisas, que se eu não fosse tão impulsivo seria mais amado pelos meus alunos e não estaria tão endividado. Sempre que fico chateado, lá me vou a usar meu ItauCard Internacional. Descobri que até o cheiro do impresso do comprovante de pagamento me deixa feliz. O mais irônico é que a ItauCard me mandou outro cartão de crédito, dessa vez um Visa.

A minha vida social passou a existir em 2011, porém de uma maneira bem limitada e tediosa. Tenho alguns amigos agora, que às vezes me chamam para ir em algumas baladas. Não em todas que quero ir, e nem sempre para fazer as coisas e com a disponibilidade que eu desejo. Mas é melhor do que antes, embora persistam os momentos de solidão. Na verdade penso que preciso expandir mais meu círculo de amizades, no entanto tenho sido pouco talentoso neste objetivo e não consigo imaginar o que posso fazer para aumentá-lo. Uma coisa é fato, preciso de novos círculos de vivência, mas quais?



No final de setembro os cirurgiões ligaram e me comunicaram do agendamento de uma cirurgia bucomaxilofacial. Fiz no começo de outubro, o anestesista era bonito. Entrei no centro cirúrgico vestido, com uma roupa tosca que não protege muita coisa. Sai de lá sem a camisa e com uma sonda enfiada no meu solitário falo. Os dias que sucederam foram chatos, virei uma máquina de digerir toda sorte de remédios, que me deram uma super queimação no estômago, misturado a sucos, vitaminas, iogurte e com sorte sorvete. O rosto ficou inchado e eu virei um mostrengo que mal podia falar. Agora tudo está passando, os inchaços estão menores, as sessões na fonoaudiologia estão reabilitando a minha fala e ensinando coisas para eu que pela primeira vez na vida mordo usando todos os meus 28 dentes (não tenho dentes cisos). Por causa da dieta, ainda diferenciada baseada agora só em massas, fiquei com a pele oleosa. Perdi uns 4 Kg, massa muscular, mas se eu for para a academia ou para a natação agora, vai ser fácil recuperar e ficar definido e gostoso.

Mas esse é o blog de um homem gay. Deveria falar dos meus relacionamentos? Sim, bem essa é a parte que mais me dói, é o plano que fiz para 2011 e não se realizou. Não me deu sequer, ou não consegui pensar, a possibilidade de um plano B. Encontrei vários caras, mas só alguns deles foram aqueles dos quais eu pudesse esperar grandes coisas. Alguns até quiseram algo mais, mas eu não quis, eram estranhos e alguns vivem de mandar por indiretas coisas em mim que eles acham podre. As pessoas pelas quais me interessei, nunca me concederam potencial. Preferi o silêncio.

Ah solidão tem me acompanhado muito nesses dias de licença médica aqui em casa. Por isso ultimamente tenho desejado muito ter um cachorro. Não sei se poso ter um labrador ou um cachorro menor, ainda acho melhor fazer a reforma da casa e depois me dedicar a ter um cachorro. Ainda lembro do meus três últimos cachorros e dos dias que chorei quando eles foram embora. Tive um doberman, fugiu um dia, por ele chorei uma semana. Junto a ele, tive também um vira-lata, fugiu e semanas depois voltou, magro, mas ficou fielmente feliz quando me viu ao chegar meio dia do colégio. Correu na minha direção e pulou em mim com muito entusiasmo. Eu num reagi muito, não acreditei no início que pelo menos um dos meus cachorros tinha voltado para mim. Ele morreu no dia em que prestei o vestibular. 

O Ruffus chegou esse ano, me faz companhia, não é uma companhia autêntica quanto a de um verdadeiro cachorro, muito menos cobre a ausência de uma pessoa com um caráter mais íntimo. O Ruffus é na verdade uma invenção minha e da cultura para minha carência. Durmo abraçado a ele e chego a acreditar que abraçando-o terei assim alguém de verdade. Bem, mas com o amor do Ruffus eu posso contar, feliz foi  dia que o comprei no Extra usando meu cartão crédito. Ruffus, não me deixei só, enquanto o Sol existir.







Bem, um pouco de Maysa Matarrazzo para minha solidão verdadeira.

Peixos, me liga.




domingo, 20 de novembro de 2011

Dilma Rousseff é a decepção de 2011

Estamos nas últimas semanas de novembro e em pouco mais de um mês 2011 terá acabado. Muita coisa já aconteceu este ano na política nacional, inclusive em relação aos homossexuais. Certamente este ano é uma grande evolução para nós, uma vez que o Supremo Tribunal Federal e o Supremo Tribunal de Justiça reconheceram respectivamente a união e o casamento civis como direitos estendidos para os homossexuais. Porém, embora tenhamos motivos para comemorar, não podemos nos contentar, pois, a grosso modo, o reconhecimento vindo do Poder Judiciário é apenas um "remendo". Tudo que eles nos concederam  é chamado de jurisprudência, algo que não é simplesmente obedecido e tem o poder de uma lei, que no Brasil não existe.

Além do mais o Judiciário entrou em ação porque os demais poderes da República nada têm feito para o nosso segmento social. A Presidente Dilma Rousseff contou nas eleições com o apoio de várias minorias sociais, entre elas os homossexuais e transgêneros. No entanto no próprio decorrer da eleição, após o segundo turno para ser mais exato, Dilma Rousseff e o Partido dos Trabalhadores minimizaram a importância dada ao nosso apoio, pois firmaram um compromisso com os setores religiosos da sociedade para ganhar apoio frente aos ataques conservadores à campanha da então presidenciável. 



Em 2011, no decorrer de seu governo, a Presidente Dilma tratou de mostrar que as requisições dos homossexuais e dos transgêneros seria simplesmente ignoradas em seu Governo, postergadas ou mesmo atrasadas. O maior exemplo disso foi a suspensão do kit Escola Sem Homofobia, pejorativamente tratado como kit gay, por Dilma na crise política envolvendo o então ministro Antônio Palocci. Na justificativa para tal medida a presidente mostrou-se presunçosa, ignorante e descompromissada, se não ingênua, com a causa. Explico cada uma desses "elogios". 

O referido kit para combate da homofobia no ambiente escolar foi elaborado por especialistas em sexualidade e pedagogia, logo o público alvo, a linguagem, a abordagens e os objetivos passaram por reflexões que visassem não distorcer, não manipular concepções e que fossem apropriadas para o público pretendido, os adolescentes. Este material foi aprovado por outras instituições, como o Conselho Federal de Psicologia, órgãos da Organizações das Nações Unidas e por técnicos dos Ministério da Educação, além do próprio ministro da pasta, Fernando Haddad. A presidente Dilma, que inteligente e culta é, mas que não tem conhecimentos pertinentes na área, seja pedagógico, seja de sexualidade, passou em cima de todos esses fatores sem ouvi-los e vetou o projeto, mostrando sua face presunçosa.

Quando a presidente justificou dizendo que o Governo não faz propaganda de opção de sexual ficou clara a  sua ignorância para com o assunto. Primeiro porque o kit anti-homofobia não era propaganda, e sim um material para trabalhar com os estudantes a tolerância no âmbito do combate à homofobia. Segundo que homo-afetividade e nem a situação dos transgêneros podem ser chamadas de opção. O seu descompromisso fica claro pelo desconhecimento da chefe do Governo e o interesse inexistente em conhecer o assunto razoavelmente mais a fundo para dar pitaco a seu respeito.

Porém não é só isso. Durante o primeiro ano do Governo Dilma, para este blogueiro, não foi noticiado nenhuma medida por parte do Poder Executivo Nacional que viesse ao encontro dos interesses dos homossexuais e transgêneros. A única exceção talvez seja a promessa da segunda conferência nacional de LGBT's para 2012. Quando digo promessa, levo em conta a chance crescente de não acontecer, uma vez que a Presidente Dilma e o Partido dos Trabalhadores tem se tornado a cada dia mais alinhados aos reacionários da causa LGBT em nome da governabilidade conseguida com imorais chantagens. 



O mais lamentável neste contexto é a pouca sensibilidade política do público LGBT, que tem sido pouco politizado, tampouco ao ponto de exigir uma fatura política e eleitoral daqueles que se opõe aos nossos interesses. Para eu, que não sou especialista em política, considero cedo para falar sobre as eleições de 2014. No entanto, se as doses de 2010 forem repetidas o quadro que pintaremos é assombroso. Os candidatos que citaram a questão LGBT em seus programas tem pouco poder político, no caso do PCB chega ao fundamentalismo ideológico de atribuir a discriminação ao modo capitalista, o que para mim tem outra raiz, os fatores culturais. 

Os três principais candidatos foram Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva. Esta última jogou a questão para a sociedade discutir para se esquivar das consequências políticas de ser pró ou contra ao mesmo, embora imagino que ela seja mesmo é contra. José Serra, que em sua gestão no estado de São Paulo conseguiu grandes feitos para o público LGBT, por ser um candidato com conteúdo fabricado pela grande mídia, buscou nos conservadores apoio político para vencer Dilma Rousseff, que mesmo sem citar os LGBT's em seus programas de governo, pagou um alto preço por se mostrar favorável a descriminalização do aborto.

De maneira geral concluo, Dilma Rousseff é uma decepção para mim, que anos antes das eleições já vi com simpatia a possibilidade de uma mulher petista governar o país e que votei nela nos dois turnos de 2010, embora com desconfianças no segundo. Desconfianças essas que se confirmaram válidas. Dilma Rousseff, assim como o PT, embora mereça louros por muitas coisas, envergonha a mim por um dia eu ter a defendido e nela confiado com tanto afinco. De maneira geral, não podemos esperar grandes coisas do atual governo e daqueles que podem sucedê-lo, a menos que para minha sorte eu esteja errado.

Bem, é isto, peixos, me liguem.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O que sei sobre redes sociais

Dizem que o Facebook está ficando igual o Orkut. Isso é normal, várias ferramentas de interação da internet surgiram tímidas, foram ficando populares, tiveram aquele ápice, e depois começaram a cair. O que está acontecendo com o Orkut agora, o preconceito que o mesmo sofre tem a ver com a nossa síndrome de cão vira-lata, nossa tendência de desprezar tudo aquilo que a população pobre, cuja maioria de nós faz parte, utiliza. Me encaixo neste grupo e hoje lia um comentário em um grupo do Facebook, é muita hipocrisia e pseudo sofisticação cuspir no prato que comeu, o Orkut, e olha que sou participante da rede desde 2004, quando ele ainda contava na página inicial a quantidade de usuários e dizia ser uma rede de amigos confiáveis.

Bem, às vezes entro no Orkut, mas para ver as comunidades de usuários ou consumidores de alguma empresa e ou produto pelo qual me interesso. Continuo achando inconveniente as mensagens coloridas que executam música, o visual pobre, apesar de carregado e poluído, assim como a interação limitada. Já aconteceu muita coisa no Orkut, uma das coisas mais marcantes é o contato, hoje tímido e não tão intenso, com os colegas do Ensino Médio e estagiários da secretaria estadual onde fui alocado. Mas lá em 2007, quando pensei, o jeito é ser gay e deixar de estar heterossexual, uma outra coisa ganhou importância para mim, uma comunidade para homossexuais no armário e que entendiam isso como necessário.

 Uma grande verdade aprendida no Facebook


Da primeira vez que vi a comunidade, desdenhei. Fiquei pensando no nome, voltei, li a descrição e achei que aquilo fizesse sentido para mim. Criei um perfil fake (falso), comecei a participar, logo fui vendo opiniões diferentes, outras que me fizeram mudar de ideia rapidamente e ver o tanto quanto sou tonto. Aprendi a colocar as minhas ideias, ganhei o respeito e a amizade de muita gente e o inverso foi verdadeiro. Quis me aproximar de outras, me tornar amigos e saber melhor, porque elas eram cativantes. 

Há uns dois anos eu sai da comunidade. Comecei a me desgastar demais, havia virado moderador. Para quem nunca entendeu o que é debate de ideia, eu devia me calar portanto, pois a manifestação da minha opinião nos tópicos era entendida por elas como a imposição do moderador e não a opinião de um par, membro. Também, o nível dos debates perdeu a qualificação, muito lixo e muitas brigas. Sem contar que eu sai do armário.

Num sei como seria minha vida hoje, talvez eu tivesse investido mais no blog anterior e isso tivesse me dado mais força. Porém muito do que eu tenho e sou hoje é em partes ao que aprendi com as pessoas daquela rede social, mais especificamente da comunidade em questão.

Embora tivesse deixado de participar da comunidade de fininho e principalmente por não me identificar mais com os tópicos, por eu ser assumido então, não saí de lá totalmente resolvido. Até então eu aceitava as pessoas homoafetivas com quem eu ia me interagindo nelas, mas nada declarado. Só fui me abrir mesmo no Twitter. Um dia indaguei nessa rede social a respeito das razões para minha mãe desgostar de quando eu saio com meus amigos coloridos, neste termo mesmo. Um colega da faculdade perguntou o que era aquilo que falei e eu respondi. Depois com o andamento da política nacional comecei a afirmar mais minha sexualidade de maneira mais clara. 

Mas estou falando errado, a primeira rede social em que eu me assumi foi aqui no Blogger. Não, não foi mesmo, porque só agora é que estou escrevendo com a minha verdadeira identidade, embora o primeiro nome seja meu apelido. 

Cartaz de protesto homoafetivo compartilhado no Facebook

A minha assimilação no Facebook aconteceu simultaneamente ao Twitter, embora as razões deste último sejam diferentes das do primeiro. No Twitter me encantou a maneira rápida de interagir e fazer a informação circular, entendido no canal direto que estabeleci com jornalistas, políticos e artistas que eu curto. No Facebook foi os jogos sociais, FarmVille, depois a rede em si mesmo. Logo passei a colocar fotos e entender a vibe de comentar e curtir o que os outros escrevem e pensam. Ótimo, foi ai que o Orkut perdeu a graça mesmo.

Hoje tenho outras redes sociais, estou me entendendo ainda com o Flickr, na verdade ele me traz mais vontade de fazer um curso de fotografia. Convidei alguns amigos blogueiros, mas estou ausente do Google+, que é quem acho que provavelmente substituirá o Facebook, caso este não se reinventar também. 

Mas a rede social que para mim é a pérola no alto do bolo, é a Last.FM. Público bem qualificado, não no sentido de classe social. Mas é uma rede social na qual você se aproxima das pessoas por causa das similaridades existente nos gostos musicais. Só a acho um pouco limitada quanto a interação e não satisfatoriamente conectada às redes mais populares (leia-se Twitter e Facebook).

Tumblr, Foursquare, Formspring, entre outras, eu ei de postergá-las, por enquanto.

Bem, é isto, beijos me liga. 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Não é proibido?

Goiânia; 01 de novembro de 2011.

Caros leitores, se vocês existirem.

Estou começando este blog hoje, porém advirto, não sou novo na blogosfera. Tenho um outro blog, que é tipo um caderninho, sabe? Ele tem muitas páginas em branco, mas estão amareladas e nas últimas páginas mesmo tem muita coisa rabiscada, número de telefone, contato no Skype ou Twitter, coisas que eu precisava fazer.

Hoje estava olhando o meu guarda-roupas e aí que preciso de uma nova resma de papel, sim eu guardo papel no guarda-roupas, e estava pensando que comprando uma resma vou poder escrever muita coisa para as pessoas lerem. Pois então, aqui estamos.

Eu escrevo de tudo um pouco, geralmente sobre minhas desinteressantes vivências de homem gay, acho que esta é a primeira vez que penso em mim como homem porque antes era como rapaz, cara, essas coisas. Às vezes falo de política também, crítico o status quo e ensaio uma revolução, que não saí do papel ou das páginas da internet.

Mas é isto.

Peixos me liga.

Com irônia barata;

Well Gabriel
Editor dessa bagaça.