segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O que sei sobre redes sociais

Dizem que o Facebook está ficando igual o Orkut. Isso é normal, várias ferramentas de interação da internet surgiram tímidas, foram ficando populares, tiveram aquele ápice, e depois começaram a cair. O que está acontecendo com o Orkut agora, o preconceito que o mesmo sofre tem a ver com a nossa síndrome de cão vira-lata, nossa tendência de desprezar tudo aquilo que a população pobre, cuja maioria de nós faz parte, utiliza. Me encaixo neste grupo e hoje lia um comentário em um grupo do Facebook, é muita hipocrisia e pseudo sofisticação cuspir no prato que comeu, o Orkut, e olha que sou participante da rede desde 2004, quando ele ainda contava na página inicial a quantidade de usuários e dizia ser uma rede de amigos confiáveis.

Bem, às vezes entro no Orkut, mas para ver as comunidades de usuários ou consumidores de alguma empresa e ou produto pelo qual me interesso. Continuo achando inconveniente as mensagens coloridas que executam música, o visual pobre, apesar de carregado e poluído, assim como a interação limitada. Já aconteceu muita coisa no Orkut, uma das coisas mais marcantes é o contato, hoje tímido e não tão intenso, com os colegas do Ensino Médio e estagiários da secretaria estadual onde fui alocado. Mas lá em 2007, quando pensei, o jeito é ser gay e deixar de estar heterossexual, uma outra coisa ganhou importância para mim, uma comunidade para homossexuais no armário e que entendiam isso como necessário.

 Uma grande verdade aprendida no Facebook


Da primeira vez que vi a comunidade, desdenhei. Fiquei pensando no nome, voltei, li a descrição e achei que aquilo fizesse sentido para mim. Criei um perfil fake (falso), comecei a participar, logo fui vendo opiniões diferentes, outras que me fizeram mudar de ideia rapidamente e ver o tanto quanto sou tonto. Aprendi a colocar as minhas ideias, ganhei o respeito e a amizade de muita gente e o inverso foi verdadeiro. Quis me aproximar de outras, me tornar amigos e saber melhor, porque elas eram cativantes. 

Há uns dois anos eu sai da comunidade. Comecei a me desgastar demais, havia virado moderador. Para quem nunca entendeu o que é debate de ideia, eu devia me calar portanto, pois a manifestação da minha opinião nos tópicos era entendida por elas como a imposição do moderador e não a opinião de um par, membro. Também, o nível dos debates perdeu a qualificação, muito lixo e muitas brigas. Sem contar que eu sai do armário.

Num sei como seria minha vida hoje, talvez eu tivesse investido mais no blog anterior e isso tivesse me dado mais força. Porém muito do que eu tenho e sou hoje é em partes ao que aprendi com as pessoas daquela rede social, mais especificamente da comunidade em questão.

Embora tivesse deixado de participar da comunidade de fininho e principalmente por não me identificar mais com os tópicos, por eu ser assumido então, não saí de lá totalmente resolvido. Até então eu aceitava as pessoas homoafetivas com quem eu ia me interagindo nelas, mas nada declarado. Só fui me abrir mesmo no Twitter. Um dia indaguei nessa rede social a respeito das razões para minha mãe desgostar de quando eu saio com meus amigos coloridos, neste termo mesmo. Um colega da faculdade perguntou o que era aquilo que falei e eu respondi. Depois com o andamento da política nacional comecei a afirmar mais minha sexualidade de maneira mais clara. 

Mas estou falando errado, a primeira rede social em que eu me assumi foi aqui no Blogger. Não, não foi mesmo, porque só agora é que estou escrevendo com a minha verdadeira identidade, embora o primeiro nome seja meu apelido. 

Cartaz de protesto homoafetivo compartilhado no Facebook

A minha assimilação no Facebook aconteceu simultaneamente ao Twitter, embora as razões deste último sejam diferentes das do primeiro. No Twitter me encantou a maneira rápida de interagir e fazer a informação circular, entendido no canal direto que estabeleci com jornalistas, políticos e artistas que eu curto. No Facebook foi os jogos sociais, FarmVille, depois a rede em si mesmo. Logo passei a colocar fotos e entender a vibe de comentar e curtir o que os outros escrevem e pensam. Ótimo, foi ai que o Orkut perdeu a graça mesmo.

Hoje tenho outras redes sociais, estou me entendendo ainda com o Flickr, na verdade ele me traz mais vontade de fazer um curso de fotografia. Convidei alguns amigos blogueiros, mas estou ausente do Google+, que é quem acho que provavelmente substituirá o Facebook, caso este não se reinventar também. 

Mas a rede social que para mim é a pérola no alto do bolo, é a Last.FM. Público bem qualificado, não no sentido de classe social. Mas é uma rede social na qual você se aproxima das pessoas por causa das similaridades existente nos gostos musicais. Só a acho um pouco limitada quanto a interação e não satisfatoriamente conectada às redes mais populares (leia-se Twitter e Facebook).

Tumblr, Foursquare, Formspring, entre outras, eu ei de postergá-las, por enquanto.

Bem, é isto, beijos me liga. 

Um comentário:

  1. Fico aborrecida com esse pessoal que usa o desprezo ao Orkut como pretexto para bradar raiva aos pobres/favelados/etc... Mesmo que a internet seja esse constante troca-troca de redes, modismos, formas de comunicação, acho perigoso cuspir no prato em que se comeu. Não duvido nada que alguns, futuramente, comecem a sentir nostalgia do Orkut, tal como acontece atualmente em relação ao mIRC e ao ICQ.

    ResponderExcluir